A palavra imortalidade aparece com relativa frequência em textos da cultura indiana e entre eles os de Yoga. O Gheranda Samhita, um texto específico do Hatha Yoga, quando se refere à prática de Viparita Karani (uma postura invertida) diz que se permanecermos por mais de 3 horas nesta postura, atingiremos imortalidade.
Uma da mais conhecidas Upanishads, a Kena-Upanisad, diz que mediante o saber, alcança-se a imortalidade e que os sábios que percebem o “Ser” em todos os seres, quando partem deste mundo se tornam imortais.
Ficamos muito presos ao mundo da matéria, do corpo e de tudo que é transitório e por isso achamos que imortalidade é não morrer ou manter as coisas como são, mas, isto não é possível. Se há alguma certeza neste mundo, é que tudo está em constante modificação. Nem tenho certeza se seríamos felizes caso a imortalidade do corpo fosse possível.
Acreditando ou não em reencarnação, há algo em nós que sempre existiu e que sempre vai existir. Entrar em contato com este algo é entrar em contato com a imortalidade, viver neste estado é atingir imortalidade. Encontrar-se com a própria essência é livrar-se dos papéis que assumimos. Não que eles não existam, são papéis e por isso são passageiros. Um professor deixa de ser professor quando se aposenta, mas, continua existindo como pessoa. Temos que viver muito bem os papéis que assumimos, com alegria e a melhor das intenções, sem nos esquecermos que por trás dos papéis existe um ator e que este ator somos nós.
Nossa maior aventura não é entender isto, é praticar isto.
Boa sorte.
Marcos Rojo