O início da jornada do yogue começa pelo treino de atitudes conhecidas como Yamas e Niyamas. Yama é uma forma de você não ser um problema para a sociedade e nem um problema para o mundo. Niyama é uma forma de você não ser um problema para você mesmo.
Contentamento é um dos Niyamas, ou seja, é uma das atitudes que o praticante interessado em meditação deve observar, para ter sucesso em sua empreitada. Sucesso em Yoga é uma vida plena e vida plena é contentamento.
Contentamento é um meio, mas é também um fim. Como um meio, contentamento é desenvolver a capacidade de dar valor para tudo que a vida nos deu e é sentir a alegria de poder participar do milagre da vida. Como um fim, contentamento é descobrir o que somos em essência.
Não nascemos para sermos infelizes. Se o que você faz não te agrada ou, se você está triste, alguma coisa está errada. Ninguém, ao encontrar um amigo que está muito feliz, pergunta a ele: – “O que há de errado com você?” Esta pergunta deverá ser feita se você encontrar o seu amigo triste, deprimido. Nosso estado natural é contente, veja as crianças, não precisam de muita coisa para serem felizes, nós é que enchemos a cabeça delas com necessidades desnecessárias.
Quando Patanjali, nos seus Yoga Sutras, nos aconselha contentamento no caminho espiritual, diz de uma forma que nos dá a impressão que é uma escolha nossa. Somos nós que decidimos se vamos viver bem humorados ou mal humorados. Sabemos que as coisas nem sempre vão acontecer como nós queremos, mas quando não acontecem, ficamos contrariados. Nem mesmo sabemos o que é o melhor para nós, mas como crianças mimadas, queremos tudo do nosso jeito e nos intitulamos “homo-sapiens”.
Conta e estória que um professor chega para seus jovens alunos e pergunta quem quer felicidade. Todos levantaram a mão, menos dois deles. Toda a classe riu destes dois, achando que eram “burros”. O professor interrompe as risadas e comenta com o seu grupo de alunos que os que desejam comida é porque que estão com fome, os que desejam água é porque estão com sede e consequentemente os que desejam felicidade é porque são infelizes. Portanto, os únicos dois felizes na turma são os que não levantaram as mãos.
Felicidades à todos!
Marcos Rojo